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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Mesmo que nada dê certo - Begin Again

Uma cantora (Keira Knightley) se muda para Nova Iorque, mas logo após chegar no local, seu namorado americano decide terminar o relacionamento. Em plena crise, ela começa a cantar em bares, até ser descoberta por um produtor de discos (Mark Ruffalo), certo de que ela pode se tornar uma estrela.

Nesta comédia romântica, todos os personagens centrais são perdedores: Dan (Mark Ruffalo) é um produtor musical falido e pai divorciado, Gretta (Keira Knightley) levou um fora do namorado, Steve (James Corden) é um talentoso músico que vive das moedas que ganha na rua, Violet (Hailee Steinfeld) é uma adolescente pouco popular e ignorada pelos garotos da escola, sua mãe, Miriam (Catherine Keener) apostou tudo em uma paixão fugaz que não vingou. Mas ao contrário das grandes comédias de Hollywood, a ideia não é fazer com que se tornem famosos e vencedores, e sim garantir que encontrem satisfação na vida que têm.  

O roteiro sabe trabalhar cuidadosamente com o seu grupo de artistas idealistas. São indivíduos politizados, defensores de utopias sociais, do tipo que dificilmente frequenta uma comédia romântica. Mas o diretor John Carney tem grande ternura por esses sonhadores, e nunca os trata como ingênuos. 

A estrutura pode tender ao romance e ao melodrama, mas evita sabiamente esses dois caminhos. As transformações são mínimas, internas, e dessa intimidade nasce o valor do filme.

A trama torna-se ainda mais corajosa por defender uma postura contrária ao sistema, aos artistas que se vendem por dinheiro. Depois de tantas pequenas subversões do gênero, a conclusão é ainda mais surpreendente e emocionante, talvez a única capaz de honrar a integridade artística e emocional dos personagens.

O filme é adorável, as relações são plausíveis e os adultos em cena são muito mais complexos do que a maioria dos mocinhos e mocinhas de comédias dramáticas ou românticas. É um daqueles filmes raros, romances agridoces, que ousam tratar os seus personagens como gente de carne e osso.


A ligação entre os personagens é o que torna o filme possível: as canções do longa convencem por sua qualidade e seus atores convencem como músicos.

Claro que não vou contar o final aqui, mas garanto que não é nada óbvio, faz todo o sentido e te deixa com um gostinho de quero-mais.