quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O que somos nós?

Oi, tudo bem?

Duas semanas seguidas com dois baques pesados de grandes perdas.

Na quarta passada, antes de ir dormir, entrei no Facebook e tomei uma bordoada de uma pessoa que ficou ofendida com um comentário meu. Para me distrair, fui conversar com a mãe de uma amiga que estava vendo 1922 no  (ou seria na?) Netflix. "E aí, tia? O filme vale a pena?". Ela não respondeu porque devia ainda estar vendo o filme.

Na quinta, o marido dela saiu pra trabalhar. O filho, irmão caçula da minha amiga, acordou e viu que a mãe ainda não tinha acordado. Chamou por ela na porta do quarto que estava trancada mas ela não respondia. Ele ligou pro pai e arrombou a porta. Ela estava dormindo... e gelada. Teve parada cardiorrespiratória durante o sono e não acordou para me dizer se o filme era legal. Tinha 53 anos, marido, 3 filhos, 1 genro, 1 nora, 1 netinho de meses de vida e um belíssimo trabalho social em nossa igreja.

Na segunda desta semana, acordei com a notícia que um grande professor meu do ensino médio estava desaparecido. Aos poucos, a polícia foi avançando na investigação e achou dois homens, um de 21 e um de 28, que estavam de posse da caminhonete do meu professor. Na terça, um dos homens confessou o crime e entregou o local do corpo. Segundo os depoimentos, eles pediram carona pro meu professor (um deles era conhecido da vítima) e o fizeram na intenção de roubar a caminhonete. Anunciaram o assalto no meio da estrada e, segundo eles, ele reagiu e eles entraram em luta corporal. Dois contra um. Eles espancaram, esganaram, arrastaram o corpo por cerca de 10 metros pra dentro do matagal e atearam fogo ao corpo com uso do perfume e das apostilas dele que estavam no carro. Segundo a perícia, ele ainda estava vivo no momento. O terceiro elemento envolvido, que ajudou a ocultar o cadáver, foi preso hoje de manhã. Meu querido professor tinha 51 anos, desde sempre dedicado ao ensino da matemática da forma mais brilhante que eu já vi. Fonte de inspiração para muitos jovens que tiveram o privilégio de serem seus alunos, há oito anos ele tinha aberto um colégio que era seu sonho de infância. Um cara batalhador, honesto, brilhante que teve sua vida ceifada de forma tão brutal.

E ai, eu te pergunto: o que somos nós? Nada, absolutamente nada. A avó que fez planos de brincar com o netinho não o fez. O professor que estava a mil por hora com a preparação para o ENEM não vai ver o resultado dos seus alunos. Mal sabemos nosso segundo a seguir e, muitas vezes, nos pegamos com picuinhas, briguinhas bestas, ofensas desnecessárias. 

Quanto à mãe da minha amiga, que talvez tenha sofrido pra morrer (acho que todos sofremos porque a morte não deve ser legal), creio que ela acordou no céu, nos braços do Pai, com a certeza de que "combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé" (2Tm 4:7). 

Quanto ao meu professor, que com certeza sofreu para morrer, não sei qual foi seu final do lado de lá. Não sei se era uma pessoa com fé em Deus, com Cristo em sua vida. Suas obras na terra foram grandiosas, mas perante o Pai somos todos iguais. Espero que ele tenha tido chance de estar próximo a Deus em vida para ter um descanso eterno na morada celestial.

E, com isso, quero deixar a minha conclusão dessas duas últimas semanas estranhas e difíceis: busque sua vida espiritual em primeiro lugar. Busque a Deus, busque a Cristo, busque a bíblia. Não falo de religião ou placa de igreja, mas de um relacionamento verdadeiro e direto com nosso Criador e Senhor. Depois que a gente morre, os amigos choram, a família sofre mas a vida segue. 

E o que você vai levar pro outro lado? 

6 comentários:

Paula Oliveira disse...

Forte, Nana, que forte! Vc disse tudo: Cristo em primeiro lugar nessa loucura que é a vida e que é tão frágil que nem percebemos.
Força!

Nana disse...

Paula: eu ainda estou digerindo tudo que aconteceu nos últimos dias. Obrigada pelo carinho e pela visita!

Joana Freitas disse...

Muita força nessa hora! Que Deus te continue iluminando.

Nana disse...

Joana: obrigada pelo apoio e pela visita.

Renata disse...

Que dificil... Cada dia que passa acredito mais ainda que as nossas verdadeiras riquezas estao somente no nosso interior. Nunca sabemos o que vem no próximo segundo...

Nana disse...

Renata: com toda a certeza, vc tem razão em pensar assim. Obrigada pelo carinho e pela visita.